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domingo, 27 de junho de 2021

Carnaval /2014 - SAARA RECEBE O MUNDO DE BRAÇOS ABERTOS - AUTORES: YEDA MARANHAO, TIDE, CARLITO DO SAL

As ruas do que é hoje a SAARA foram urbanizadas ainda no século XVIII, décadas antes da chegada da corte portuguesa no Brasil. A principal rua da região, a rua da Alfândega, é também a mais antiga. Ela existia já no século XVII, com o nome de Caminho do Capueruçu. Fazia a ligação entre a Várzea ( começava na antiga Rua Direita, atual Primeiro de Março) e a Lagoa do Capueruçu, na chamada "boca do sertão", caminho direto para Minas Gerais. 
Até 1716, quando passou a ser rua da Alfândega, chamou-se também rua da Quitanda do Marisco, rua dos Governadores - porque nela ficava a residencial dos governadores -, rua de Santa Efigênia, rua do Oratório de Pedra - porque um oratório de pedra nela existiu ali na esquina da Regente Feijó - rua de São Gonçalo Garcia e finalmente rua da Alfândega. A rua Senhor dos Passos chamou-se originalmente caminho de Fernão Gomes. Recebeu o nome atual por causa da capela que nela foi erguida em 1737 sob a invocação do Senhor dos Passos. Paralela a esta rua, a rua Buenos Aires foi em outros tempos chamada de rua do Hospício. Esta denominação veio de um asilo fundado por frades capuchos italianos, num quarteirão próximo à Rua Direita. A partir de 1915 a antiga Rua do Hospício veio a se chamar Buenos Aires. 
Entre as ruas transversais, a principal é a Avenida Passos, que ganhou este nome após as reformas que o engenheiro Pereira Passos, então prefeito, implantou na cidade. Rua do Sacramento era o seu antigo nome, por nela estar situada a igreja dessa invocação, matriz da Freguesia do Sacramento. Outra rua importante é a Avenida Tomé de Souza, continuação da rua República do Líbano. Já teve os nomes de SEgunda Travessa de São Joaquim e rua do Núncio, antigamente uma conhecida zona de meretrício da cidade. 
Vizinhas a esta rua estão as ruas Regente Feijó - antiga Primeira Travessa de São Joaquim - e Gonçalves Ledo, que outrora foi chamada de rua de São Jorge, e as ruas da Conceição e dos Andradas. 
O Carnaval e outras festas 
As datas festivas tradicionais provocam, durante todo o ano, grande movimentação no comércio da Saara. São marcadas pela decoração das ruas, que com simplicidade acompanha a passagem do calendário. A festa que mais leva compradores para a região é o Natal, que torna as ruas da Alfândega, Senhor dos Passos e transversais verdadeiros formigueiros humanos durante todo o mês de dezembro, em busca de ofertas e baixos preços. As lojas de especiarias árabes expõem em suas bancas nozes, avelãs e tâmaras, importadas do Oriente, e também bacalhau e azeite portugueses. 

Na Páscoa, as lojas vendem grande quantidade de ovos e chocolates de todos os tipos, e é possível encontrar também formas de plástico para senhoras que produzem artesanalmente os ovos de Páscoa em casa. As festas de São João e Santo Antônio são anunciadas pelas bandeirinhas que ornam as ruas e pelas roupas caipiras, chapéus de palha e balões à venda. O Carnaval, porém, é o festejo que tem no Saara o seu mais exclusivo provedor. Sobrados especializados e lojas tradicionais são a fonte das escolas de samba para todos os ornamentos e aviamentos necessários aos festejos. Desde o mais simples "clóvis" até penas de avestruz importadas da Austrália, é no Saara que se compram os tecidos e adereços para fantasias. O que não se encontra lá não se acha em outro lugar do Rio. 
O calendário pode ser acompanhado pelas vitrinas das lojas: Dia das Mães, dos Namorados, Dia da Criança, dos Pais, Copa do Mundo, todas as datas importantes são devidamente evidenciadas.
De maneira mais discreta as datas religiosas também marcam sua presença. No Ano Novo Judaico e no Iom Kipur (Dia do Perdão), grande número de lojas são fechadas. São Cosme e São Damião e principalmente São Jorge são fervorosamente comemorados. Recentemente, o Ano Novo Chinês foi pela primeira vez comemorado na região.

Bibliografia:
Coordenação: Susane Worcman
Pesquisa e Documentação: Paula Ribeiro
Apoio: CNPq
Período: Março/93 - Fevereiro/96

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